segunda-feira, 24 de maio de 2010

HONORINA CANAVIEIRA

A história de uma mãe solteira no Maranhão de tempos atrás

Texto e fotos: Marcus Saldanha
Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Tutóia Velha

Quem visita o povoado de Tutóia Velha, 12 km da sede, na região do Baixo Parnaíba, vai se deparar com um paraíso ecológico. Lugar pacato formado por lagoas, igarapés e dunas, com aproximadamente 700 moradores, uma igreja católica com bens materiais tombados pelo Patrimônio Histórico e Artístico Estadual, uma praça discreta, um Salão Paroquial e uma casa verde com arquitetura estilo Petrópolis, datada de 1948 que se destaca em meio a tantas construções humildes.

Quem se detiver mais tempo na localidade, principal acesso entre as cidades de Tutóia, Paulino Neves e Barreirinhas poderá visitar a casa da finada Honorina Canavieira. Seu nome está gravado na fachada do Salão Paroquial, uma homenagem ao zelo que teve pela Igreja de Nossa Senhora da Conceição e por aquela comunidade em seus últimos anos de vida.

Para os atuais moradores de Tutóia Velha, dona Honorina foi exemplo de mulher e mãe. Com muita dificuldade fez o improvável: formou dois filhos advogados em universidade pública do Rio de Janeiro.

O que pouca gente sabe é o outro lado da história desta dedicada mãe, que se revelou um personagem marcante no universo maranhense feminino das décadas de 30, 40 e 50 do século XX. A partir do recurso da memória oral, foi possível traçar o perfil de Honorina Canavieira.
Em Tutóia Velha - Entrevistando o irmão de Honorina, Seu Antônio Vicêncio, 101 anos, um dos mais velhos moradores daquela região, descobre-se que essa mulher, na juventude foi uma das moças mais cobiçada daquelas redondezas, despertando o desejo do então todo poderoso e casado coronel Paulino Neves.

A relação adúltera, uma gravidez indesejada e a expulsão da cidade pela família não lhe permitiram ver em 1938 a mudança da sede do município para a nova Tutóia e o desenvolvimento de uma próspera região portuária exportadora de sal desbravada por Paulino Neves. Tutóia Velha é praticamente abandonada pelos antigos moradores.

Por esses tempos, Honorina, já não andava por aquelas bandas. Segundo seu irmão, após o relacionamento extra-conjugal, a jovem, ameaçada pela esposa do coronel, partiu da cidade, levando consigo o quase nada que tinha.

Constam nas correspondências que manteve com Seu Antônio Vicêncio, guardadas com certo desleixo, o registro da passagem de Honorina por Manaus, Belém e o seu estabelecimento na cidade de São Luís. Mãe solteira, virou prostituta e em alguns anos, dona de um bem freqüentado bordel na região da antiga zona do baixo meretrício de São Luís.

Seu Antônio Vicêncio, ao narrar a história, ressalva: “não era uma casa qualquer, chofer não entrava lá não”. Uma referência ao padrão social e econômico dos clientes da casa de Honorina. O relato coincide com o de antigos freqüentadores da região e do proprietário dos imóveis na área que falam de uma mulher bonita, de personalidade forte e que honrava sem atraso seus compromissos financeiros. A casa era freqüentada só por graúdos, dizem.

Com o dinheiro ganho na “vida” e nos negócios que manteve por décadas em São Luís pagou os estudos e as despesas dos dois filhos que teve solteira. Valendo-se dos contatos que fez no exercício da profissão mandou os filhos estudar na antiga Capital Federal. Seu Antônio Vicêncio enfatiza a promessa que ouviu de sua irmã quando a visitou em São Luís. Dizia que deixava a vida, quando formasse bacharel os dois filhos.

Mandava regularmente dinheiro para a família e antes da sua anunciada “aposentadoria”, cuidou de comprar um terreno localizado na praça central de Tutóia Velha e erguer uma casa de destaque naquele povoado. Contratou um mestre de obras que havia trabalhado em Petrópolis para construir sua residência naquela cidade.
Fachada da casa de Honorina Canavieira em Tutóia Velha

E foi lá, que tendo formado em Direito os dois filhos, Honorina recolheu-se do seu passado na capital. De lá teve notícias dos filhos aprovados em concursos públicos e assumindo cargos de destaque no Rio de Janeiro.

Em Tutóia Velha ela viveu seus últimos anos, na calmaria de uma cidade pequena, num ambiente confortável, amparada pelos filhos que de longe cuidavam dos mantimentos e despesas gerais da casa.

Em pouco tempo dona Honorina, como era chamada pelos seus vizinhos, ganhou o respeito da comunidade ao zelar pela igreja, cuidar da educação de iletrados, do seu jardim e pomar. E, sobretudo, por ter mantido uma vida casta de senhora solteira.

Algumas vezes recebeu a visita de seus filhos “doutores”, mas na maioria das vezes sua casa manteve-se aberta somente aos vizinhos, amigos e viajantes que pernoitavam naquele povoado. Hospitaleira e gentil, cuidou e foi cuidada por aquela gente, cujo pais a forçaram por seus julgamentos morais e valores da época a ir embora.

Dona Honorina nunca pensou em vingança, diz seu irmão que concede a entrevista ali no sofá da velha casa, que guarda mobília velha, empoeirada, além de algumas fotografias dos filhos, um dos quais já é falecido.

Na parede ou nos seus cômodos nada lembra a antiga vida de Honorina Canavieira. No quarto, o antigo toucador, peça da mobília feminina, usada para se pentear e maquiar desperta a imaginação.

Honorina Canaviera viveu como pôde, como quis. Fez o que pôde, o que uma mãe deve fazer. Deu um futuro aos filhos. Se seus filhos e netos têm orgulho dessa história, não se sabe. Algumas perguntas não devem ser feitas, mesmo na busca de fatos para se compor uma boa história. Pela ocasião do Dia das Mães, consta que foi a melhor que seus filhos poderiam ter tido naquelas circunstâncias. Naquele lugar.

Texto escrito por ocasião do Dia das Mães e publicado no Jornal Pequeno no dia 14 de maio de 2010.

domingo, 23 de maio de 2010

Comunicação e Música Popular


Encontro de Pesquisadores em Comunicação e Música Popular
Abordagens Interdiscilinares na Pesquisa em Música Popular: Arte, Mercado e Sociedade
26 a 28 de maio de 2010
Campus Universitário do Bacanga - São Luís-MA
Organização da Universidade Federal do Maranhão, Departamento de Comunicação Social, Departamento de Artes - Curso de Música
Inscrições até 25 de maio
Mais informações: http://musicom.ufma.br

sábado, 22 de maio de 2010

Desejo

Fátima de Franco falava muito desse espetáculo: texto, produção, cenário... Agora Desejo sai do papel para ser encenado no TAA.

DESEJO - Espetáculo de teatro que conta a história de um fazendeiro viúvo com três filhos que sonha em encontrar um grande amor. Conhece Abbie, uma mulher ambiciosa e cruel que tem a intenção de tomar a sua fazenda e transforma sua vida num inferno. Elenco: Fátima di Franco, Alex Fenix, Zé Inácio, Arquimedes Furtado e Jadson Mello. (SL).
Dia 25 (terça) às 20h
Produção: Fátima de Franco
Ingressos: Preço Único R$ 20,00 (inteira) / R$ 10,00 (meia-entrada)
Indicação: 16 anos
Duração: 1h

***

DOREMIFAFY - Espetáculo de teatro Stand up comedy com a atriz comediante Fafy Siqueira. (RJ).
Dias 28(sexta) /29 (sábado) às 21h e 30 (domingo) às 20h
Produção: Moraes Junior Produções
Ingressos: Preço Único - Sexta: R$ 30,00 / Sábado e Domingo R$ 40,00
Indicação: 14 anos
Duração: 80 min

Quebra Nozes de Hoffman

PROJETO FORMAÇÃO DE PLATÉIA - DANÇA

Gil Sodré Produções, apresenta no Teatro Alcione Nazaré o Projeto Formação de Platéia – Dança, sempre no último sábado de cada mês, com o patrocínio da Secretaria de Estado da Cultura.

O projeto inicia com a apresentação do espetáculo “Quebra Nozes de Hoffmam II Ato”, no dia 29.05.2010 às 17h. Com entrada franca. Para todas as idades.

Em junho o espetáculo apresentado terá como tema o período junino.

SERVIÇO

ESPETÁCULO: Quebra Nozes de Hoffman II Ato

DIA: 29.05.2010

HORA: 17h

LOCAL: Teatro Alcione Nazaré – Praia Grande

ENTRADA FRANCA

Escolas públicas e particulares, associações comunitárias, ONG’s e outras entidades sociais podem agendar grupos com:

Gil Sodré – 3218 9932 – 9905 5064

Hélida Helena (Diretora do Teatro Alcione Nazaré) – 3218 9933 – 8852 7721

QUEM É GIL SODRÉ

Gil Sodré, nasceu em São Luís do Maranhão, onde iniciou sua carreira artística em 1973, fazendo curso de teatro com Brás Chediak.
Cursou Ballet Clássico com Hugo Bianchi, na Academia Hugo Bianchi (Fortaleza-CE), formando-se em 1982 e com Reynaldo Faray, na Academia Maranhense de Ballet, formando-se em 1990.

Foi bailarino e professor nas duas academias, dançando nos festivais de final de ano e em montagens de Ballet de Repertório e criações inéditas. Para o Ballet Hugo Bianchi montou os balés:
O lago dos Cisnes
Iracema
Gisele
Circus
Otelo

Para o Centro de Artes Reynaldo Faray criou varias coreografias. Sendo Assistente de Direção de Reynaldo Faray em vários espetáculos de teatro e dança.

Ministrou aulas de balé nas seguintes academias:
Academia Helly Batista – Teresina/PI;
Academia Poliher - Imperatriz /MA;
Estúdio Gil Sodré - Estrito/MA;
Estúdio de Dança Gil Sodré - Porto Franco/MA;
Academia Agitate - Palmas/TO
Academia Ritmos - Porto Nacional /TO

Desde 2001 é Professor de Dança do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sexta tem Sarau


Clica que amplia

Não faz muito tempo entrei no grupo Poesia de Quinta a convite da advogada Deila Maia. O grupo que imaginava apenas virtual tem uma lista de contatos pela internet e envia semanalmente doses de poesias que acabam gerando dependência cultural. O convite acima é para o segundo Sarau Cultural (literária e musical) do grupo que será realizado, conforme convite, na Escola de Magistratura do Estado do Maranhão, aberto a comunidade.

terça-feira, 18 de maio de 2010

60´Safira, Casarão da Ilusão

Estamos com problemas técnicos no blog, por isso as postagens estão mais raras. Alguns textos que produzo no word não consigo colar na área de postagem do blog. Por isso, continua a sugestão da leitura no Jornal Pequeno da reportagem que escrevi sobre Honorina Canaviera: a história de uma solteira no Maranhão de tempos atrás, publicada no JP Turismo em 14/05. A ideia era postar no blog por ocasião dos dias das mães, mas não consegui. A turma da técnica pode se manifestar.

***

O ator Leônidas Portella anuncia que o palco-cabaré está aberto para que a realidade e a ilusão se misturem e que todos os tabus sejam quebrados. É o espetáculo "60 safira no casarão da Ilusão". A história de uma meretriz usada e abandonada como os casarões de São luís.

As apresentações acontecem no Laborarte dias 22 e 23 (sábado e domingo) de maio às 19 horas. A produção é do Núcleo Atmosfera Dança-Teatro e Púrpura Produções. Os ingressos são limitados e estão à venda no local. Censura 15 anos. Mais informações: 8191-2143/8701/0587.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Semana dos Povos Indígenas 2010

A Semana dos Povos Indígenas no Maranhão 2010 será realizado de 12 a 15 de maio no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho. A programação completa está disponível no site do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão e as inscrições podem ser feitas pelo e-mail semanapovosindigenasma@gmail.com
O evento contará com a presença de várias etnias do Maranhão que participarão de debates com convidados e a comunidade interessada nas questões pertinentes a situação indígena. O encontro entre os povos indígenas do Maranhão é uma ótima oportunidade para aproximar não índios da cultura, rituais, modo de vida e saberes dos povos ancestrais do nosso Estado.
Já estão confirmadas as lideranças dos krikatis, Krenyê Timbiras, Gujajaras e Canelas que serão protagonistas de mesas redondas, oficinas, exposições, mostra de filmes, feira de arte e apresentações de cantos, danças e rituais indígenas.
SERVIÇO:
Semana dos Povos Indígenas no Maranhão
12 a 15 de maio
Centro de Criatividade Odylo Costa Filho
INSCRIÇÕES:
Inscrições gratuitas no Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão - Rua do Giz, 59 ou encaminhando e-mail com dados pessoais (nome, endereço, cidade, telefones, instituição de origem, formação e a oficina desejada) para semanapovosindigenama@gmail.com
Lembrando aos participantes das oficinas que será cobrado uma contribuição para os ministrantes no valor de 5 reais, pagos no local do evento.
Mais informações:
tel: 3218-9906

terça-feira, 4 de maio de 2010

Humor Maranhense


Sexta, dia 07 de maio às 20 hs Os Reitardados voltam ao palco, agora no Teatro João do Vale

A direção e texto de Ted Macc, produção de Cris Monteiro o show de humor vem dispontando como um dos mais comentados de São Luís. A previsão é que o espetáculo chegue em breve a tv local.


A Cia é formada por Ted Macc, Jouberth Paiva, Aurélia Nogueira e Marcos Menezes e o espetáculo de sexta deve contar com as participações mais que especiais da cantora Chris Santana e a atriz Teófila Lima.

10 pilas a entrada, para estudantes apenas 5.

Era uma vez...